O seu retrato saiu da parede faz tempo, levando a sintonia das suas palavras cantadas e comedidas.
Eu não pedi contimento, eu pedi exagero.
Eu não pedi encaixe ou complemento à minha alma.
Eu queria um novo enxergar de mundo, um traçar de horizonte que se diferenciasse de tantos outros.
Mas você não conseguiu me dar nada disso. Você me deu um eu que não precisou de nenhum você. Você e nada eram a mesma coisa.
Isso aqui não é uma carta de despedida, tampouco palavras rudes que ficaram entaladas.
é apenas uma percepção carinhosa.
Meramente porque hoje eu vi seu retrato de novo. Tão longe, frio e cheio de si.
E eu percebi, com a maior simplicidade do mundo, que a minha festa é mais animada que a sua (sempre foi), que o meu ritmo é mais complicado que o seu(sempre é) e que o meu gingado é mais sensual que o seu(...sempre será).
E o retrato ao lado do meu, colado ao meu corpo, está sintonizado.
E, não sei por qual motivo, não declaro saudade. Eu não declaro nada, porque você ficou no vazio. Desculpa, não queria que fosse assim.
Mas tenho certeza que você sorrirá ao me ouvir dizendo: "Estou muito feliz". Ao lado dessa certeza está aquela certeira: de que eu desejo o gozo da vida a todos vocês.
"Chorar o leite derramado não é tão inutil quanto se diz, é de alguma maneira instrutivo porque nos mostra a verdadeira dimensão da frivolidadede certos procedimentos humanos, porquanto se o leite se derramou, derramado está e só há que limpá-lo..." SARAMAGO
ResponderExcluirAchei que tinha a ver.. Não leve pro lado pessoal.