30 de mar. de 2010

Capacidade

O ser humano perdeu a capacidade de avaliar com outros sentidos.
Por que um cego, quando enxerga pela primeira vez, consegue encontrar beleza no que vê?
Fica estonteado. Acha razão para a vida em uma nuvem ou uma formiguinha.
(Formiga?)
Vejo coisas que banalizaram meu cotidiano. Ou melhor, que meu cotidiano banalizou.
Perdi a capacidade de prestar atenção ao tato. Ao olfato. À audição.
Muito mais poderosos, se deixados fluir no singular, e capazes de remeter a uma sensação por muito mais tempo.
As cenas de um dia na minha cabeça passam como flash.
São como fotos. Rápidas. Seleciono aquelas que ficaram por sorte.
Mas consigo lembrar de uma conversa inteira.
Sinto o cheiro do lugar no momento. Lembro que afastei minha mão do sol: incomodava. Fiquei vermelha: sorri. A parte imagética modifica-se e me olho pegando na parte áspera da conversa. Esqueço.
Lembro do meu cabelo fedendo a ovo e a café. Senti meus pés no asfalto da Urca, de Copacabana e praticamente da Zona Sul inteira. (mais quente, mais frio). Toquei minha pele: não podia ser eu.
Guardo.
Lembro das fotos daquele momento. Tento imaginar as sensações de cada uma. Tudo o que me resta são: sons e música.
Guardo.
A riqueza está nos detalhes, lembrem-se disso.

27 de mar. de 2010

tão válido.


Existem delícias a serem guardadas.Carinhos a dar.Palavrões a proferir.Gratidões a sorrir.
Incertezas certas.Certezas dúbias.Medo do estranho.Estranho da ausência do pretérito.
Conselhos de sorte;Expressões de "confio";Telefonemas agudos;vozes graves
abraços molhadosbeijos partidosolhares lançadostudo ao alto!
olho pra cimavejo relâmpagospenso comigo:
Vida
ida
Vida
vem!

25 de mar. de 2010

Cartas de amor

Maria Bethânia


Todas as cartas de amor são Ridículas. Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas. Também escrevi em meu tempo cartas de amor, Como as outras,
Ridículas. As cartas de amor, se há amor, Têm de ser Ridículas. Quem me dera no
tempo em que escrevia Sem dar por isso Cartas de amor Ridículas. Afinal, só as
criaturas que nunca escreveram Cartas de amor, É que são Ridículas.

21 de mar. de 2010

Um verão acanhado

Por incrível que pareca só soube (e percebi) que a minha querida estação tinha ido embora pelos jornais. Talvez por ter sido um pouco atípico (chuva, chuva, chuva, chuva, sol, chuva, sol, sol, sol e assim vai). Talvez por ter embalado num ritmo de altos e baixos e me acostumei não com o tempo, mas com o dia a dia.

Balanços gerais
Comemorações por classificações em faculdades - 6 e talvez chegue a 7 (parabéns a meus queridos amigos e parabéns a mim mesma)
Noites memorabilíssimas - pelo menos umas 22 (sim, eu contei)
Cachorros adquiridos - UM - sim, agora eu tenho um cachorro que chegou para ficar, exatamente hoje, dia 21, de nome Diesel. ele é uma graça. é a cara do Stitch.
Arrependimentos - fiz merda, mas me arrependeria de não ter feito. Logo, zero.
Quebrando a promessa de não comprar roupa - uma única vez. Mas sinto que a promessa será invalidada.
Promessas feitas - uma (necessariamente para ser cumprida em setembro)
Cantadas sensacionalistas que dispensam comentário - cinco
Beijo esperado há pelo menos 2 anos e meio - um =))
Choros com causa - fica até 5
Choros sem causa - perdi a conta



E áh! Faltam 30 dias para o meu décimo nono outono :)

3 de mar. de 2010

Coisas que me fazem acreditar na vida







A primeira e terceira fotos foram tiradas por mim. A do meio pela minha amiga que estava ao lado. Não somente tiramos: vimos. Não somente vimos: sentimos. São pouquíssimas fotos que divulgarei do dia perfeito e memorabilíssimo que foi domingo (28/02/2010). O show que marcou a minha vida de uma maneira linda, emocionante e encantadora :)
Muitos podem não entender por não gostar de Coldplay, outros entendem e outros nem irão ler. Mas para tudo existe um motivo e o meu motivo não é paixão platônica pelos integrantes (longe de mim até porque a minha realidade é diferente de qualquer um deles). Pelo contrário: é a banda que faz músicas que mais tocam a minha realidade. Que mais dizem respeito sobre mim. Músicas estas que me fizeram chorar de tal forma durante a noite de domingo que simplesmente fiquei sem palavras: as lágrimas escorriam de alegria e por si só já tinham um significado forte, único e que dispensava qualquer murmúrio.
Foi o meu primeiro show internacional e creio que nenhum outro show conseguiria obter a minha vontade, a minha felicidade e o mesmo carinho.
Simples assim: acredito nas letras das músicas porque fazem parte de um sonho meu antigo que se realizou em parte neste domingo. Eles ganham dinheiro em cima da música e sinceramente até vou elogiar o trabalho da banda, da produção e de tudo mais... só que está além disso. Está numa pequena palavrinha que todas as borboletinhas acima significam pra mim: esperança.
As fotos? Transformarei em vida real.