22 de fev. de 2010

Olhos felinos.

Ano do tigre. Muito perigoso.
Olhar tudo como se fosse uma presa. Ganhar tudo como se fosse a última vez. Encarar com cautela e conquistar à força (mas com habilidade). Lutas e batalhas? Que venha logo uma guerra. Cair ao chão com fúria e pretensa graciosidade. Levantar-se olhando para o motivo da queda. Espreitar e observar (por longos e silenciosos minutos). Ser o centro das atenções naturalmente por tamanha beleza. Confiança em demasia? Não, chama-se potencial. Metas (muitas delas).
Deitar e rolar no chão de barriga pra cima. Ô, preguiça. Faz um carinho? Posso brincar de pique com você? Tenho disposição para nadar todas as águas do oceano.
Não tente me derrubar! Eu viro uma fera e aindo digo no seu ouvido (bem baixinho): eu tenho sete vidas. Não brinque com aqueles que tento proteger! Eu te como vivo. Palavra que me define: garra.
Todas as mulheres tem um quê de felina por natureza. Cuidado com os meus olhos.

11 de fev. de 2010

Nonsense



Uma menina sonhou com o destino. Sonhou que em sua cabeça ela via as cenas acontecendo no plano das expectativas: todas perfeitas, memoráveis e belas (não necessariamente bonitas). Mas quando comparava o seu sol com o sol real, o das cenas verdadeiras, percebia que a imagem nunca era a mesma. Se imaginasse um momento, por exemplo um beijo muito esperado, e se tirasse uma foto do mesmo momento acontecendo para valer, veria que o jogo dos sete erros é fichinha comparado à quantidade de coisas que não estariam no lugar, ao jeito como o beijo foi realmente dado e como ela fantasiou.

"Querer não é poder"

Essa seria a frase que pertubaria o resto do seu sonho perfeito.

Depois do beijo supostamente cinematográfico e defeituoso, o Michael Jackson apareceu vestido apenas de cueca, trajando o corpo do Gerard Butler, o charme inenarrável do Johnny Depp e o sorriso do Charles Chaplin. Eles dançaram (e muito) e a menina fez panquecas (whatthehell?!).
Alguns minutos mais tarde, uma mulher abriu os olhos. Desvencilhou-se de um sonho bobo e sem importância. Correu para o banho já pensando na roupa que ia vestir quando saísse: senão ia se atrasar para o trabalho. Teve um dia entediante, cinza e sem vida.
Antes de voltar para casa, pensou: "Vou à padaria comprar um bolo com bastante glacê, recheado com nozes e maçã picada...".
Por mais prozaico que possa parecer, na padaria ela encontrou um homem que não tinha o balanço, os músculos e o olhar do homem que a tirou para dançar... mas ela cismou com aquele sorriso. Já o tinha visto em algum lugar? Aberto, sincero, contagiante e vivo. Bem vivo.